terça-feira, 13 de julho de 2010

É ruim ser ateu?

Eu não sou. Mas respeito quem é; até porque, cada um tem a opção de crer ou não crer, pensar ou não pensar como bem entende.

Baseado em um texto do Saindo da Matrix e nos vídeos do PC Siqueira (esse blog não contém os vídeos), resolvi dar o meu "pitaco" sobre a questão. Concordo e MUITO com aquilo que o Siddharta/Acid (não sei ao certo quanto ao nick/nome, é uma falha de créditos; e peço perdão se errei na grafia) fala, sobre o PC não ter realmente conhecido um religioso "verdadeiro".

Não que eu o seja, ainda estou na busca, e não creio estar nem próximo disso, mas continuo "correndo atrás".

O Ateísmo, tanto quanto qualquer religião, é um meio de se alienar. A experiência religiosa faz parte da vida, inegavelmente. Se esquivar, fugir disso, é não querer viver uma parte de algo que você está inserido. Quase como não querer comer o brócolis que colocaram no seu prato, porque você não aprecia o sabor.

Claro, é opção pessoal querer ou não o "brócolis".  Cada um gosta ou não. Mas sem provar, sem se inteirar da coisa, sem saber COMO É comer o "brócolis", não dá pra realmente criticar.

O PC se enquadra na categoria de ateus (conheci TANTOS que perdi as contas, já estou quase conseguindo definir um método pra categorizá-los e quem sabe, futuramente, até fazer uma pesquisa sobre isso) que o são porque não querem rédeas, não querem ser castrados, querem abolir o próprio superego.

Concordo totalmente com a questão de que a castração não faz bem, que rédeas diminuem o potencial do ser humano. Mas ALGUNS freios são necessários.

O Contrato Social existe por uma razão, e até o próprio Contrato Social é castrador. Coíbe atitudes que podem levar a destruição da sociedade em si.

A Religião, enquanto função social, faz o mesmo. Coíbe atitudes que podem levar à destruição do ser.

Lembrando do discurso do PC, sobre "seguir mandamentos", vejamos: (retirado do "Catecismo da Igreja Católica - Compêndio")


Primeiro: Adorar a Deus e amá-lo sobre todas as coisas.
Aqui, eu pergunto... Buscar uma imagem supranormal, uma "entidade" superior (ainda que virtualmente inalcançável) perfeita como exemplo, não é melhor do que buscar uma imagem próxima? Buscar um corpo perfeito, por exemplo (que é alcançável), não limita?


Segundo: Não invocar o santo nome de Deus em vão.
Coisa que poucos ateus entendem... EU sou responsável pela minha própria vida. Ficar clamando por Deus infinitamente, leva a pessoa a não confiar em si. Limitando isso, faz a pessoa buscar por si mesma, e não apenas deixar nas mãos d'Ele.


Terceiro: Santificar os Domingos e festas de guarda.
Este, caso fosse realmente seguido, seria bom... Imagine as pessoas REALMENTE parando, um dia por semana, pra cuidar de si mesmas (não esteticamente) ou de outros? Será que a Igualdade tão proclamada pelos "livres pensadores" não poderia ser mais facilmente alcançada assim?


Quarto: Honrar pai e mãe (e os outros legítimos superiores).
Qualquer um com alguma noção de Psicologia, sabe que fazemos na vida o que fazemos em casa. Se você não aprende ou não quer respeitar nem mesmo a aqueles que te deram a vida, como pode respeitar quem quer que seja?


Quinto: Não matar (nem causar outro dano, no corpo ou na alma, a si mesmo ou ao próximo).
Aqui fugimos da questão estritamente religiosa, e passamos pra uma questão social, mesmo. Embora qualquer estudante de Direito saiba que as Leis Penais, basicamente, se originam de códigos religiosos. Contrato Social, savy?

Sexto: Guardar castidade nas palavras e nas obras.
Quanto mais você pensa em sexo, mais quer. Se deixa de pensar nele, acaba chegando no ponto que Freud chamou de Sublimação, que é quando você usa essa "energia criadora" pra coisas mais práticas. Digamos que foi o "parar de pensar em sexo" que fez o Homem sair das cavernas pra criar as civilizações.

Sétimo: Não furtar (nem injustamente reter ou danificar os bens do próximo).
Qualquer um que já sofreu assalto ou furto, sabe o quanto é ruim você ter lutado/trabalhado tanto pra alcançar algo e um desavisado aparecer e levar embora.

Oitavo: Não levantar falsos testemunhos (nem de qualquer outro modo faltar à verdade ou difamar o próximo)
Precisa explicar?

Nono: Guardar castidade nos pensamentos e desejos.
Idem ao sexto.

Décimo: Não cobiçar as coisas alheias.
Pra não gerar inveja. Se te leva à querer o seu, tudo bem. Mas se te leva a querer destruir o do outro, aí faz mal. Pra você e pra ele.

Ou seja... A priori, seria algo pra proteger você de você mesmo. De não se deixar levar por qualquer coisa. Te dar um caminho, uma regra de conduta.

Concordo com a questão que existem sim, padres, pastores, ministros, pais-de-santo, rabinos, sheiks e qualquer tipo de sacerdote que são manipuladores, que usam do "poder" dado a eles enquanto representantes da Divindade ou divindades, para uso pessoal. Ou no pior caso, interesse financeiro. Mas esse tipo de comportamento é inerente ao ser humano, faz parte de nós, tanto quanto qualquer um dos pecados capitais, tanto quanto qualquer uma das virtudes, tanto quanto qualquer pulsão que tenhamos.

Há comportamentos sim, inaceitáveis. Que fazem parte de nós. E pra isso existem Leis. O Contrato Social. Para proteger a nós de nós mesmos.

Ao contrário do que possa-se pensar, não somos tão autosuficientes, nem tampouco sabemos o que é melhor, de verdade. FATO.

Depois continua....

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